sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
O Segredo da Bucaneira
Lembro-me como se fora ontem a primeira vez que ouvi falar de uma guerreira pirata, audaciosa, corajosa e enigmática. Seu nome? Dill... Beucaneira Dill!
Porém antes que eu comece a aprofundar-me nessa intrigante história, deixe-me apresentar-me. Chamo-me Eryem Nunes Sotnas, tenho vinte e um anos e trabalhava até pouco tempo para um grupo de caçadores de recompensa. Nasci e cresci sobre a tutela de minha mãe Ângela Serrão Nunes, na pequena Ilha de Marujuá. Meu pai, Luís Fabrício Militão Sotnas, tinha trinta e três anos, era um homem alto, delgado, e de saúde debilitada, não tinha muito, mas o que possuía de mais valioso, carregava consigo em um pequeno baú de cedro, revestido de ouro por dentro, e com uma camurça vermelha por fora, com o sobrenome Sotnas, escrito em letras douradas. Em uma tarde violenta de outono, ele foi morto por um bando de piratas assassinos, que saquearam seu barco em alto mar, levando o baú junto.
Nem mesmo minha mãe sabia o que havia dentro do baú, mas sabia que significava muito para ele, pois o guardava sob total cuidado e sigilo.
Infelizmente não pudemos enterrar o corpo de meu pai, o mar se encarregara de fazê-lo, ao abrir sua boca gigantesca, devorando-o para dentro de si. Eu batizei o mar com outro nome, particularmente de Sangue Azul, porque mesmo que não seja possível vermos seus mortos, o gosto e o cheiro de seus sangues sempre estarão ali, impregnados naquela escuridão azul mortal.
Era visível o sofrimento no rosto de minha mãe. Então fiz um juramento, mesmo sendo pequena, que vingaria a morte de meu pai e recuperaria o baú novamente!
Os anos se passavam, e eu nutria cada vez mais aquele desejo de vingança.
Ao completar vinte anos, minha mãe me dera um presente. Um colar de ouro que tinha há muito tempo... Ela havia ganhado de sua mãe, antes de fugir para casar com meu pai.
Fiquei muito contente com o presente, pois era uma jóia da família.
Então decidi dar um passeio pela Ilha, para comemorar aquele dia que era só meu, quando de repente, deparei-me com um bando de arruaceiros que começaram a me importunar, quando um deles disse:
_Vejam só o que temos aqui? Mas, se não é a filha da viúva solitária! Disse um dos capangas.
_O que é isso aí em seu pescoço? Um colar de ouro, com um pingente de safira?!Humm! Disse Bengala o líder do bando. _ Passe para cá!
_Parem, não façam isso, por favor!!!
_Cale-se garota! Você não está em condições de exigir nada aqui! Passa logo pra cá, anda!
_NÃÃÃÃOOOOOO!!! Deixem-me em paz, seu brutamontes!
_Ora não seja atrevida, dai-nos agora esse colar sua garotinha rebelde!
_Atrevida eu? Vocês é quem são impertinentes. Só quero passar!
_Garota tentei ser bonzinho, mas agora não o serei mais!
_Acho melhor você ouvir o Bengala, ô garota, senão... Disse Shon, (seu fiel subordinado)
_Senão verá a morte de perto sua petulante! Exclamou Bengala em um tom agressivo e amedrontador.
Bengala estava a um passo para vir com toda sua fúria a ponto de dilacerar-me. Gotas de suor começaram a tomar conta do meu rosto. Vi-me em tal situação que somente com a ajuda da Sra. Sorte sairia viva dalí. Para minha surpresa a sorte estava do meu lado!
_Deixem-na em paz!São surdos? Acaso não a ouviram? Ou acaso preferem conhecer o gosto da dor através da minha espada? Disse Joshua Caramês.
Joshua era um homem alto, branco, cabelo castanho escuro e de um olhar claro, que mais parece o céu que um olhar. Unia o útil ao agradável (trabalho, diversão e prazer em um só lugar). Ele era Josh, o caçador de recompensas.
Antes de tomar parte da situação em que eu me encontrava Josh – como os chamam – estava em uma taverna a beber com alguns amigos e no caminho de volta para casa, deparou-se com aquela cena covarde, cinco maltrapilhos ferozes, contra mim, a pobre Eryem, sem defesas e em apuros. E se há uma coisa que Josh não tolera é a covardia, e junto com ela, a injustiça e os piratas (porque na concepção dele, os piratas são injustos e covardes).
Todos temeram ao ver Josh com sua espada desembainhada da cintura. Logo fugiram como um bando de cachorrinho, com o rabinho entre as pernas!
_Tenho que admitir, eles são um bando bem unidos até na hora de fugirem! Hahahaha. E você é muito corajosa menina! Qual o seu nome?
Naquele instante hesitei em responder, porém estava feliz por haver me salvado daquela cilada. Por haver aparecido bem na hora! Caíra como uma luva naquele instante.
_Não tenha medo pequena! Eu sou Joshua Caramês, sou um caçador de recompensas, e você é bem corajosa para uma mulher! Ele esboçara um leve sorriso.
_M... Me c-chamo Eryem... Eryem Sotnas.
_Hum! Já vi esse nome em algum lugar... Sotnas! ... Sotnas! Pois bem, lembrei! Havia visto uma caixa pequena, era vermelha com esse nome Sotnas escrito com letras douradas, no navio do pirata Brandura. Porque diabos um pirata se chama de brandura? Hahahahahahaha
Naquele instante parei, meus olhos brilharam, havia de fato uma esperança para mim. Mas agora era uma esperança concreta, certa. Nada mais do que Josh falava ali me importava naquele momento, apenas queria saber do baú.
_Caixa?! Não era um baú?Você o viu mesmo, onde está?
_Ehhh, caixa ou baú, seja lá o que for eu vi sim. Mas porque me perguntas?Ei, espera aí... Você é a dona do baú?
_Bem na verdade era do meu pai, ela foi roubada por um bando de piratas que atacaram o barco dele, e... (Sninf! Sninf!)
_O que houve? Por que está chorando? Onde está seu pai?
_MOOOOOORTTOOOOOOO!!!
_Eu jurei diante do leito da morte dele, o mar, que recuperaria o baú. Agora por favor, me diga onde está?
_Sinto Eryem, mas já não se encontra mais comigo. Há uma semana um grupo de piratas que tocam o terror em alto mar, ancoraram nessa Ilha, Estava a beber com os amigos numa noite em uma taverna, próxima ao porto. Deixei de guarda a tomar conta da casa, Plutos, um cão que era deveras, muito feroz, e ninguém se metia a besta com ele. Mas quando voltei nada permanecia do jeito que havia deixado. As janelas arrombadas, porta escancarada, objetos quebrados, vinho espalhado por toda a casa e meu cão, pobre Plutos, envenenado!
_Mas quem faria uma coisa dessas?
_Piratas Eryem! Piratas!
_Como tem tanta certeza? Poderia ter sido um ladrão, uma pessoa qualquer!
_Eu sei que foram os piratas porque um deles na hora de ir embora deixou cair sua navalha com as iniciais do navio, e só há uma pessoa que comanda essa trupe de palhaços, então assim fica evidente pra mim. Piratas! Até nisso são incompetentes. Não fazem o trabalho bem feito, deixam pistas no meio do caminho. Hahahahaha
_E quem é que o comanda? Quem?
_Bucaneira Dill
_O quê? Mas quem é essa Bucaneira?
_Dizem aí que é uma criaturinha que auto se denomina pirata. Pusts!!! Se for assim, então até eu o sou! Hahahahahahaaaa
Josh dava suas risadas estridentes, que faziam brotar lágrimas de seus olhos.
_Mas essa piratinha não e párea para mim. Meu objetivo agora é capturá-la e exibi-la como um troféu na praça de Marujuá.
_Josh não quero ser petulante, mas gostaria de fazer parte do seu grupo. Assim vingaria meu pai e recuperaria o baú, que é por direito meu!
_Sei não...
_Josh, por favor! Tenho esperado essa oportunidade há anos, não mate você também aquilo que ainda possuo vivo!
Aquelas palavras, fez com que Josh refletisse a ponto de aceitar-me na equipe. No dia seguinte lá estava, pronta para conhecer todo o grupo. Josh fez as apresentações, batizaram-me de "Pandora", porque eu realmente haveria de me tornar uma caixinha de surpresas. Josh falou-me sobre seu plano, de como iria atrair a caça até a armadilha. Logo fui designada a minha primeira missão como caçadora de recompensas, disse que eu deveria me infiltrar no navio de Dill como sua subordinada, disse-me também que não seria fácil, mas que era preciso, para que nosso plano desse certo.
Fui treinada por duas semanas para agir feito uma verdadeira pirata subordinada, para que ninguém me descobrisse quando estivesse lá dentro.
Os treinamentos haviam acabado, vi-me totalmente pronta para seguir com a operação “Casca Quebrada”. Iríamos de uma vez por todas, quebrar o casco daquele navio, levando-o ao fundo do mar, tornando-o inexistente junto com sua capitã Bucaneira Dill.
Continua...
por Mey Almeida
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Mai se eu contar um conto?,
Mey Almeida escreveu
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