
Estou presa
Depois de todo esse tempo
Me achando tão livre, Tão sábia
Percebo que estou presa em uma garrafa
Presa em um navio de garrafa
Eu que pensava ser a capitã da minha história
Eu que pensava ser dona do mar
Meu navio de garrafa foi lançado no oceano
Então estive condenada
Condenada a olhar o mar por um navio de garrafa
Vejo as ondas, mas não as sinto
Nas tempestades desejo que os pingos me atinjam
Desejo que meu cabelo tenha cheiro de sal
Desejo poder sentir o vento
Mas não sinto nenhuma dessas sensações
Eu somente assisto
Dentro do meu navio de garrafa.
Desejo o mar
Mas não posso tê-lo
As velas do meu navio não se mexem
Estão tão firmes quanto sempre estiveram
Não é o vento que as ergue...
Mas eu queria que fosse
Queria ter um navio de verdade pra navegar de verdade
Mas estou presa em um navio de garrafa...
Você é meu mar
Você é meu mar
E eu só assisto
Estou presa em um navio de garrafa.
Maia Carneiro
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