domingo, 10 de abril de 2016

[Conto] Feitos de Pó e Espírito.


Imagem retirada do site: O Caminho a Cristo


   Era uma vez, um homem, uma mulher e dois Espíritos. O Primeiro Espírito era santo e justo, o outro era perverso e injusto. O homem e a mulher eram do Primeiro Espírito. Ele os sonhara e os criara a partir da terra.

     Foram feitos de pó e espírito...

   O segundo espírito era uma criação rebelde do Primeiro, formado de ideia e Éter, ele se tornara petulante e se corrompera antes de existir o tempo.
Usurpando o papel de criador construiu a mais perversa das armas, algo que poderia parecer doce, mas envenenaria cada alma que lhe acolhesse, consumindo-a. Geraria vicio e medo, tornaria os homens maus como ele e por fim os mataria, a essa arma o Espírito Rebelde deu o nome de mentira.

   Encantados com doce sabor da mentira o homem e a mulher esqueceram a verdade e o amor ensinados pelo Espírito Santo, tornaram-se tolos, passaram a desprezar a si mesmos entregando-se aos prazeres corruptos da carne e acreditando na mentira do mau espírito, chamaram isso de liberdade.

   Para selar a emancipação a mentira abriu um abismo entre o Bom Espírito e o homem e a mulher, ilhando-os em um circo de prazer e horror.
Cada vez mais entretidos em seu alegre sofrimento, seus descendentes esqueceram quem lhes havia dado a vida.

   O Primeiro Espírito chorou por sua criação e se irou por causa do grande abismo que os impedia de se aproximarem para lembrarem-se Dele. E tal era o amor que seus ciúmes causaram grande impacto no restante de sua criação que com grande clamor se levantou em tempestade e fogo.

Entretanto por causa deste mesmo Amor, o Primeiro Espírito em seu papel criador, arquitetou uma ponte, criada a partir de si mesmo, se doou, se diminuiu e se limitou para ser ponte, uma ponte que era capaz de buscar seus caminhantes, que seria caminho e luz, pão e água, suficiente para devolver ao homem e a mulher a chance de estar do lado certo do abismo. Como um vento, Ele soprou sua voz como um chamado para aqueles que se tornassem sensíveis para ouvir.

Essa ponte foi feita de carne e sangue.

Então iniciou-se a batalha do homem contra si mesmo, tentando decidir seu lugar no mundo, alguns lutam contra o veneno do segundo espírito, vão até a ponte e recebem como presente a esperança, caminham dia após dia na carne e sangue do Espírito Santo, chamando outros para caminharem ao seu lado.

A batalha continua ininterruptamente e assim será o caminho dos homens, graças a sua escolha.


Entretanto o Primeiro Espírito jurou ser também o Ultimo, e arquitetou um fim para a batalha, guardando um lugar para aqueles que resolveram atravessar a ponte. E quando o vento sopra diferente pode-se ouvir o Chamado Dele, convidando-nos a atravessar a Ponte.


Maíra Carneiro

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