Sou uma farsa que se comporta,
Na linha torta do bom viver.
Sou o escândalo escancarado,
Porém maquiado para ninguém o ver.
Sou a vertigem embaçada...
Sou a ferida mal curada.
Sou a inércia...por vezes, finjo ser certa.
Sou o oposto do gosto,
Sou o desgosto que ninguém vê.
Na esquina eu dobro,
As regras ignoro,
Nos meus atos extrapolo,
porque sou o que não sou,
E se o sou é, porque não sei ser como eu
deveria ser.
Sou o scracho do escarnio,
No qual deliberadamente eu caio,
Os degraus do que é certo,
Porque mesmo sem querer eu erro,
Mas as vezes querendo errar não acerto,
Pois esse é o meu jeito de ser.
Me entrego ao jogo,
Sem regras eu jogo,
Mesmo sabendo que talvez eu possa padecer.
Mey Almeida